SONETO DOS VALORES

Dos valores que mais valem,

valem as lembranças puras,

valem as verdades nuas.

Dos valores: mais vale a Vida.



Vale muito mais a confiança,

mas também vale a dança,

com ela vale a esperança.

Deles: as tradições valem mais.



Dos valores que mais valem,

valem os probos ideais,

valem os passos culturais.



Dos valores: mais vale a amizade.

Ao seu lado vale mais sinceridade.

Dos valores: mais vale o perdão.



Roni Márcio Fais

Borborema SP. Fevereiro de 1995



NOSSO MUNDO MODERNO

No canto que nele existe,

muito pouco se completa.

O contente se faz triste

e o triste não se inquieta.



Morreram as puras belezas,

nasceram tantos tormentos.

Deixou-se de lado as grandezas

de nobres e bons sentimentos.



Se levanta ou se cai,

se sai ou permanece

ninguém sabe onde vai,

nem o que acontece.



Do canto que canta tudo

pouco há pra se falar,

pois a todos calou mudo

deturpando o verbo amar.



Roni Márcio Fais

Loanda PR. Agosto de 1995



VIDA

Críticos na vida fazemos muitas coisas:

Rimos, choramos e brincamos.

Indagamos os caminhos a seguir,

Sentimos Paz, sentimos dor;

Tentamos escutar o nosso coração

Inquieto a palpitar dentro do peito.

Acreditamos nos sonhos afim de

Não vivermos sem esperanças

E, as vezes, sonhamos acordados.



Repetimos tantos desacertos

E quando pensamos não ter mais jeito

Guiados pela luz da Vida vencemos a morte,

Inspirados no amor, mudamos nossa sorte.

Nenhum medo em nós fica quando

Apostamos na fé, no amor e na vida.



Gritamos por liberdade

Unidos a voz da Verdade.

Irritamos, por vezes, nosso espírito,

Lamentamos percas e derramamos prantos.

Heróis, somos quando honestos;

E fiéis, quando não traímos nossos ideais.

Ricos quando temos amigos de verdade

Mestres quando ensinamos o amor

E discípulos quando aprendemos a amar.



Roni Márcio Fais

Paranavaí PR Junho de 1999.



SONETO DE LIBERTAÇÃO

O nosso corpo é um cárcere

E nós é que somos os carcereiros,

Temos a chave de nossa prisão

E permanecemos prisioneiros.



A nossa inveja são as grades,

O egoísmo as paredes,

O nosso orgulho é o teto

E a solidão o nosso medo.



A ignorância são as trevas,

Que da Luz afastam o olhar,

Que não podemos enxergar.



Mas podemos nos libertar,

Pois temos a chave na mão

E a fechadura - é o nosso coração.



Roni Márcio Fais

Loanda PR. Abril de 2000



NÃO CORRESPONDIDO

O amor é realmente estranho
Oscila entre o desejar e o renegar
Nos leva ao repúdio e nos faz sonhar
É um misto de querer e não querer

Nos faz compreensivos ao extremo
E quando a realidade se faz clara
Nos incute culpa que não temos
E a percepção se atrapalha

Mistura bons e maus momentos
Nos castiga com lembranças
Mas não deixa esperanças

Nos faz odiar amar
E amar o odiado
Querendo o ser amado e ser amado.

Roni Márcio Fais (Loanda PR, Outubro de 2005).



INCERTEZA

O que mais me intriga

É saber que um dia

Falarás comigo

Não sei como se dará

E não carrego a certeza

Que meu coração não me trairá

O desejo não mais existe

Mas algo que o transcende

Ainda persiste

Não é tão ruim assim

E dependendo nem sei do que

Poderia ser melhor pra mim

Não existe nada que eu queira

Não existe nada que eu busque

Apenas algo que persiste

Apenas um coração que insiste

Estou certo do que convém

Mas não sei o que não convém

Sei que ainda falarás comigo

E que um dia falarei contigo

Só não queria ser traído

Por um coração confundido

Queria apenas olhar e sorrir

E o meu caminho seguir.

Roni Márcio Fais (Março de 2007)



DIFERENÇAS

Amo-te por seres assim,

Diferente de tudo que há em mim.

Amo-te por não compreender-te,

Pela plenitude de algo sem fim.

Amo-te por estares distante,

Da vivencia que compromete,

O sentido mais perfeito

De um amor sem defeito.

Amo-te pelo desejo de sempre amar

Pelo bem que esse amor me faz,

Pela vontade de sempre sonhar.

Amo-te sem o anseio de querer-te,

Apenas pelo desejo veemente,

De amar infinitamente.

Roni Márcio Fais (janeiro de 2009)



AMOR ALÉM


Se me perguntasses

Por que amas alguém?

E eu lhe dissesse:

Amo pelas virtudes que me entretêm.


Falaria-te de um amor desejado,

Conquistado com suor, lágrimas e risos.

Daquele sonhado e planejado,

Construído pelos anos vividos.


Mas se me perguntasses

Por que amas alguém?

E eu lhe dissesse:


O motivo está além,

Explicar não me convém.

Falaria-te do mais puro e verdadeiro Amor.



A LIÇÃO DO AMOR


O amor me ensinou da vida,

O meio termo conhecer,

Seja a experiência sofrida,

Ou repleta de prazer.


Em meio a dois extremos,

Ser alegre ou ser triste,

Tendo ou não o que queremos,

Há um equilíbrio que existe.


Um equilíbrio que só alcança,

Quem aprende do amor,

O sentidos da esperança e da dor.


Só assim em plenitude

É que se pode viver,

Quem do amor, essa lição aprender.



(Roni Márcio Fais, Agosto de 2014).



INSPIRAÇÃO


As vezes o coração diz sim,

As vezes o coração diz não.

Há momentos em que ele fala,

Há momentos em que se cala.


Sempre que se manifesta,

Eu me atrevo a poeta.

Horas pela musa,

Horas pela intrusa!


Seja por satisfação,

Seja por desilusão,

Seja por paixão,


Ou então, pelos simples prazer

De versos escrever,

E a vida bem viver.


(Prof. Roni Márcio Fais, Agosto de 2014)



DESTINO


Se em outros tempos te vivesse,

Outra época te conhecesse,

Nada do que foi seria igual,

Intensamente seria teu,

Amando-te até o final.


Mas o destino foi desleal,

Afastando um amor ideal,

Resumindo em curto tempo,

Instantes de imensa alegria,

Assim se foi nossa magia.


(Roni Márcio Fais, Agosto de 2014)


FORMA SIMGELA


Certeza nem sempre revela.

As vezes a dúvida é bela!

Razão se perde no peito,

Incompleta pelos preceitos,

Nessa vida imperfeitos,

Enquanto o amor acontece.


Lembrança vem e floresce,

Ocupa espaço fecundo,

Passível de pranto profundo,

Enquanto algo se espera,

Semeado de forma singela.